sexta-feira, 26 de julho de 2013

Língua Afiada: passo mal ou passo mau?



Quem é estudioso da Língua Portuguesa sempre quer passar dicas aos familiares, amigos e, claro, para o maior número de pessoas possível. Este espaço é perfeito para que eu insira aquelas que eu sinto necessidade de passar por ouvir ou ler, seja em veículos de comunicação oficiais ou não. Há casos que nem os revisores salvam os redatores pelo fato de o caso ser duvidoso também para eles ou por não conseguirem mesmo corrigir todos os erros. É compreensível, pois a nossa língua é muito difícil. Eu sempre digo que o revisor é o profissional que só é lembrado quando há erro. Pena! Pelos acertos ninguém os cumprimenta. E merecem! Venho dar a minha contribuição a quem quer errar menos na hora de redigir ou de pronunciar. Não sei tudo, mas o que sei gosto de dividir.


IDEIA 
Muitos ainda acentuam a palavra ideia, mas com a reforma ortográfica, as paroxítonas com os ditongos abertos "ei" e "oi"  perderam o acento. A forma correta é sem acento agudo, o mesmo correndo com assembleia e outras conforme quadro abaixo.

ANTES  - DEPOIS
alcatéia    -    alcateia
andróide  -  androide
apóia       -       apoia
asteróide  -  asteroide
colméia    -  colmeia
Coréia     - Coreia
estréia      - estreia
geléia       - geleia
heróico    - heroico
jibóia       - jiboia
jóia          - joia
paranóia   - paranoia
platéia      - plateia


GRATUITO
A palavra gratuito não tem acento, no entanto sempre ouço alguém dizer que a entrada é gratuÍta. É como circuito, que também não é acentuada, mas muitos insistem em dizer circuÍto.

MAS E MAIS
Você quer mais ou mas água? O professor Sérgio Nogueira explica:

1ª) MAS é conjunção adversativa (= porém, contudo, todavia, entretanto…): “O dia estava lindíssimo, MAS não pude ir à praia.”
2ª) MAIS é advérbio de intensidade ou pronome indefinido (= é o contrário de MENOS): “Ela falava MAIS que todos nós juntos”; “MAIS ação e menos discursos”.
3ª) MÁS é adjetivo (= plural de MÁ e o contrário de BOAS): “Cuidado com as MÁS línguas”.

MAL E MAU

É comum a gente ler que o fulano foi mau (o certo é mal) educado, ou que correu tanto e passou mau (o correto é mal). E ainda que a beltrana tem mal (o certo é mau) caráter ou que se comporta mal (o correto é mau). Então, trago um macete para quem costuma ficar em dúvida:

MAL  x  BEM -  mal educado/bem educado
MAU  x  BOM - lobo mau/lobo bom 



MAU é um adjetivo e se opõe a BOM:
“Ele está de mau humor.” (x bom humor);


MAL pode ser:
1.    advérbio (=opõe-se a BEM):
“Ele está trabalhando mal.” (x trabalhando bem);

 2.    conjunção (=logo que, assim que, quando):
“Mal você chegou, todos se levantaram.” (=Assim que você chegou);

 3.    substantivo (=doença, defeito, problema):
“Ele está com um mal incurável.” (=doença);


LUAL/LUAU



Há outra palavra que sempre vejo grafada em textos e
anúncios com a letra l, mas é com u. Trata-se de LUAL,
o correto é LUAU.


O professor Ronaldo Eustáquio explica:
Provavelmente devido ao fato de "luau" ser uma festa praiana de estilo havaiano que ocorre à noite, muita gente acha que a palavra tem alguma relação com "lua", "luar". A pista não poderia ser mais falsa. "Luau" vem do havaiano lu’au, que, antes de nomear por extensão também a festa, era apenas o nome de um prato típico servido nessas celebrações – folhas de taro, um tipo de inhame, cozidas com leite de coco.


BEM-VINDO/BENVINDO

Benvindo representa substantivo próprio, ou nome de pessoa.
BEM-VINDO é grafada sempre com hífen, mesmo depois da nova reforma ortográfica, pois é uma palavra formada por justaposição.





terça-feira, 23 de julho de 2013

Arthur Moreira Lima toca na Praça da Abadia





Pianista Arthur Moreira Lima apresentará em Uberaba, no dia 4 de agosto, às 20h30, na Praça Nossa Senhora da Abadia, o concerto “Um Piano pela Estrada” com a Orquestra de Câmara Sesiminas. O espetáculo gratuito e aberto ao público integra uma série de apresentações organizadas pelo Sesi, no interior de Minas, com apoio das Regionais da Fiemg, em comemoração aos 80 anos da Federação.


Do repertório constam peças de Mozart, Piazzolla, Kreisler e outros – na versão da Orquestra, aos clássicos da MPB, como Pixinguinha e Luiz Gonzaga, interpretados pelo pianista. A primeira apresentação foi realizada no dia 21 de julho em Itajubá, Sul de Minas.


O ineditismo do projeto “Um Piano na Estrada” se deve ao fato de o pianista transportar, literalmente, o concerto todo, incluindo seus sofisticados pianos de cauda; o próprio palco (resultado da conversão do baú do veículo, a cada concerto, em área de cena); o som amplificado independente, com iluminação, telão, camarim com ar condicionado, etc. Todo o aparato é gerenciado por uma equipe de 17 profissionais, que inclui afinador exclusivo, engenheiro de som e outros.











Arahilda lança livro dia 26




O livro Sob mil olhares, da educadora e batalhadora na defesa da arte e da cultura Arahilda Gomes Alves, será lançado no dia 26, às 20h, no anfiteatro do Centro Cultural Cecília Palmério, contando com coros por Cláudia e Thaís Falconi, Josefa Costa, Murilo Lima, Antonio Ricardo Gomes, Valério de Pádua, remanescentes da ópera-sucesso Bodas de Fígaro, e, ainda, Hélio Siqueira, piano de Maria Cecília Fernandes e poesia em movimento da Cia. Rogê. Na mesma noite Arahilda tomará posse na cadeira 33 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro (ALTM) e a arrecadação de recursos com a venda do livro ela destinará ao Hospital do Câncer de Uberaba.







Arahilda tem uma trajetória belíssima, permeada por um competente trabalho e foco claro: valorizar a música e reverberar o efeito que ela proporciona na vida dela também na vida da humanidade. Defender a arte e a cultura como meio de transformar para melhor uma comunidade e quiçá de todo um país em que as decisões dos governantes sempre ficam aquém do que sonham os educadores plenos. Sua simplicidade se mistura à sua segurança no momento em que parece segurar as mãos de seu saudoso pai, Alaor Gomes, para fortalecê-la na condução de seus sonhos e ideiais que sempre viram realidade como a Ópera Bodas de Fígaro e muitos outros projetos.

Homenagens são muitas e uma delas está no mural da página que Arahilda mantém na rede social Facebook, assinada pelo admirável agente cultural Gilberto Rezende: "Conheço seu trabalho de longa data, sua luta, sua contribuição para a cultura brasileira, mas, confesso que me surpreendi com a entrevista (concedida ao Jornal de Uberaba http://www.jornaldeuberaba.com.br/cadernos/cidade/4425/arahilda-a-professora-que-canta/). Não tinha conhecimento da sua vida em Belo Horizonte que, aliás, se parece muito com a daqui, insistindo em divulgar cultura, brigando com “otoridades” de visões retrógradas, dispondo de minguadas verbas, e como a grande maioria dos artistas que pendem para o lado dito “erudito”, penando na busca do pão material de cada dia para poder distribuir o pão espiritual". Para Gilberto, Arahilda é um exemplo de vida, da mulher guerreira que jamais esmoreceu na luta para que este país se tornasse mais educado, mais culto, mais humano. 
E Gilberto tem total razão. Arahilda sempre se dedicou, corajosa e idealista por caminhos nem sempre compreendidos pela maioria dos leigos. Mas nada de esmorecimento. Pelo contrário, luta, mais luta. Bravo, Arahilda! Parabéns! Receba meu reconhecimento e a minha reverência!